Ainda em novembro/2020, logo após as eleições municipais, começaram os encontros entre os prefeitos e os vereadores eleitos. Na maioria dos casos, essas reuniões são bem positivas, onde os futuros representantes dos seus respectivos municípios no próximo quadriênio buscam união em prol da resolução de problemas enfrentados pelas cidades. Mas nem sempre é assim!

Infelizmente, parte dessas reuniões são para iniciar o famoso “toma lá dá cá”. É isso aí! Antes mesmo de assumirem suas posições, alguns futuros prefeitos e vereadores negociam cargos, benefícios e regalias relacionados às Prefeituras Municipais. Essa atividade é extremamente danosa para o município, pois, ao obter “vantagens”, os vereadores envolvidos nesse jogo político simplesmente abdicam da sua principal função: fiscalizar a Administração Pública municipal.

A maior parte das benesses obtidas pelos vereadores estão relacionadas ao dia a dia das cidades. Passou a ser normal no Brasil o cidadão requisitar ao vereador apoio no desenrolar de serviços prestados pela Prefeitura, tais como, licenças e alvarás, e como um “despachante de luxo”, o vereador faz a devida solicitação ao prefeito. Qual é o problema do atendimento desses despachos pelo prefeito? Além de não fiscalizar o trabalho e os gastos da Prefeitura, o vereador passa a aprovar na Câmara Municipal todas as ações do prefeito, como troca de favores.

Essa prática gera um prejuízo muito grande para a população, pois sem a devida fiscalização dos gastos do município e sem uma análise criteriosa e isenta do orçamento público e de cada voto na Câmara Municipal, a utilização do dinheiro público (nossos impostos) pela Prefeitura pode não ser realizada como realmente a cidade precisa.